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Archive for abril \29\-03:00 2010

O Filho do Rambow é um pequeno filme, comovente e singelo, sobre um tempo que já se foi. Entre câmeras velhas e videocassetes, dois garotinhos empenham-se em produzir um filme amador. Assim nasce não só uma obra que resume o espírito do que é o cinema, mas também uma amizade improvável entre eles.

Will é o garoto tímido, comportado e puro. Sufocado pela religião, não pode nem ao menos assistir TV. Sua criatividade explode em centenas de desenhos feitos nos cadernos da escola.

Lee Carter é o garoto rebelde, maloqueiro, cruel, dado a espertezas. Resumindo, é aquele guri que você odiava porque roubava seu lanche no colégio. O moleque é apaixonado por cinema, e pega escondido a câmera de seu irmão mais velho para fazer pequenos filmes.


De uma confusão na escola, acaba que os dois fogem juntos da diretoria e vão parar na garagem da casa de Lee Carter. Como Will precisa ficar escondido lá por um tempo, por curiosidade ele acaba ligando o videocassete. Então o pequeno coroinha tem seu primeiro contato com a TV, o cinema, as imagens em movimento… E esta estreia é justo com Rambo: First Blood!

É um choque. O moleque vai à loucura!

Esta era a faísca que faltava para os dois unirem seus talentos – a criatividade de um e o conhecimento técnico do outro – e realizarem seu pequeno grande filme.

O diretor é Garth Jennings, o mesmo de O Guia do Mochileiro das Galáxias, então talvez haja alguma parábola no filme, do tipo diretores independentes contra grandes estúdios. Ou talvez eu esteja forçando a barra e isso seja apenas um exagero de interpretação. Não importa. Havendo parábola ou não, O Filho do Rambow continua sendo um filminho bem legal.

O que é legal: O filme que os guris produzem mistura cenas do Rambo original com tomadas absurdas, como a de um cachorro voador. É um choque entre as produções pretenciosas dos “adultos” e “o que é feito com o coração” pelas crianças.

O que não é legal: Em dado momento, alguns adolescentes intercambistas franceses entram na produção do filme dos garotos. Por mais que seja bacana, a caricatura passa do ponto e fica meio ridículo. Ou não.

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Tremé

Mais importante que a qualidade de produção, as atuações ou a trilha sonora genial, o que me fascinou em Tremé foi a ideia.

A nova série da HBO acompanha a vida da população de um bairro de New Orleans, três meses após a passagem do furacão Katrina e o alagamento de toda a região. Desalojados pelas chuvas, este pessoal começa a retornar de cidades vizinhas para suas casas, tentando reconstruir a vida sobre os escombros do caos. Mais legal ainda é o resgate da normalidade e da alegria de viver a partir de características culturais marcantes de New Orleans, como a música e o Mardi Grass.

É ou não é uma premissa genial? Para ficar mais claro, vamos imaginar o que aconteceria se este mesmo argumento fosse usado aqui no Brasil, focando a volta das pessoas às suas raízes geográficas e culturais após as enchentes do final de 2008 em Blumenau. A cultura local que funcionaria de combustível para a recuperação seria a produção de cerveja, por exemplo, e por aí vai.

Não seria uma série sensacional? Tremé, em poucos episódios, mostra que é.

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Estou com uma sequência de filmes para assistir que fariam bonito no Estranho Mundo de Zé do Caixão.

A folia começa em sessão dupla, no melhor estilo grindhouse, com Ilsa – She Wolf of the SS e Ilsa – Harem Keeper of the Oil Sheiks, duas pérolas “women in prison” dos anos 70, com direito ao que há de mais bizarro em tortura, peitos, mulheres peladas arremessando granadas e cientistas nazistas seminuas.

O próximo da lista é Vampyros Lesbos, que pelo que eu andei vendo é uma chanchada desgraçada com a história do Drácula. Se é bom eu não sei, mas só o nome já faz qualquer vampirete de Crepúsculo tremer nas bases.

Para finalizar, Pink Flamingos, aquele que segundo o poster é “o filme mais nojento e de mau-gosto de todos os tempos”. Oremos.

Com uma lista assim, não há muito a fazer. Abra uma Cerpa Gold, puxe um balde, dê o play e prepare o intestino, gorfento. A barbaridade vai começar.

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Podemos dizer que A Felicidade não se Compra, de 1946,é o triunfo do otimismo. Mesmo sendo lançado apenas um ano após uma guerra cruel que fez milhares de mortos, o filme consegue ser uma das fábulas mais fortes de todos os tempos no que se refere a temas como compaixão, bondade, honestidade e amor à vida.

O filme conta a história de George Bailey (James Stewart), um homem prestes a pular de uma ponte e cometer suicídio em plena noite de Natal. Neste momento, um anjo é enviado para ajudá-lo. A maneira encontrada pelo anjo para fazer George mudar de ideia é mostrar como o mundo seria caso ele não houvesse nascido. Neste momento, George percebe que tudo o que ele conhece está muito diferente, para a pior. Então entende sua importância na vida de muitas pessoas e torna-se grato por estar vivo.

Feito por Frank Capra, A Felicidade não se Compra traz uma clara mensagem positiva para um povo ainda amargurado pela perda e o sofrimento. Memórias de um passado não tão distante, como a grande depressão americana, também se fazem visíveis, mergulhando o filme em uma espiral de lamento junto com o personagem, para no final nos reerguer junto com ele.

Doce, otimista, com uma clara mensagem de esperança. Um clássico para ser visto e revisto.

O que é legal: O filme tinha tudo para cair em uma lição de moral cheia de clichês. Ao contrário disso, a maneira como ele é construído faz com que cada cena tenha importância crucial para toda a trama, criando uma fábula simples, inventiva e, acima de tudo, muito bem feita. Não é à toa que A Felicidade não se Compra é considerado uma obra-prima.

O que não é legal:

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Paper Heart é um filme bem estranho, e até certo ponto difícil de entender. Os formatos de documentário e ficção misturam-se de uma maneira tão grande que é praticamente impossível dizer o que é verdade e o que não é. Para mim, é aí que está a grande graça da história. Não é como no Borat, por exemplo, em que o público sabe bem o que é real. O personagem de ficção criado por Sacha Baron Cohen está ali para arrancar das pessoas reações verdadeiras, apesar de ele mesmo não fazer parte da realidade. Mais ou menos isso. Em Paper Heart este tipo de relação é muito mais sutil, até porque quem é enganado é o espectador. Para ficar mais claro, vamos à história.

Charlyne Yi é uma comediante conhecida em Hollywood. Sua participação em Ligeiramente Grávidos a aproximou da turma mais bem sucedida da comédia atual, a patota de Seth Rogen e Judd Apatow. No filme, interpretando ela mesma, a garota decide fazer um documentário para tentar descobrir o que é amor, algo que ela sente enorme dificuldade em sentir. Charlyne e seu amigo, o diretor Nicholas Jasenovec, passam por diversas cidades entrevistando idosos, motoqueiros, cientistas e até crianças em sua busca. Como ela é amiga da turma de Judd Apatow, veja bem, em determinado momento ela conhece o Michael Cera. É aí que as coisas se complicam.

Jasenovec, com a missão de filmar tudo, registra a paixão que começa a existir entre Charlyne e o astro indie. E a história que ela queria contar acaba tornando-se sua própria história. Mas até que ponto isso é verdade? A confusão proposta é tão grande que diversos tabloides chegaram a noticiar o relacionamento entre os dois, mesmo após Charlyne negar tudo. Acho que essa é a grande sacada de Paper Heart: conseguir criar um boato tão bem-feito a ponto de ser visto como verdade, ou retratar tão bem uma história de verdade a ponto de ser vista como ficção.

O que é legal: Em determinado momento, Charlyne compõe uma música para o Michael Cera – You Smell Like Christmas. Tal qual o filme, no início ela parece irritante, mas depois de alguns momentos fica impossível tirá-la da cabeça.

O que não é legal: Paper Heart faz questão de ser indie, desde sua protagonista feia aos cartões de papelão mal recortados  usados para reconstituir algumas cenas.  Se você não tem problemas com isso ou é fã de Juno e Michel Gondry, vai fundo e sem medo.

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Descontando sua produção chinesa, mais desconhecida, o que nos faz lembrar de John Woo imediatamente são duas figurinhas carimbadas da Tela Quente: Missão Impossível 2 e A Outra Face. O segundo, principalmente, muito me agrada. Estão ali todos os ingredientes que um bom filme pop de ação deve conter, embalados por uma história inventiva e muito bem levada.

John Woo é popular e vendedor sem precisar ser banal.

Mais uma prova desta popularidade é Red Cliff, de 2008, que já acumula dois recordes: não só é o filme mais caro da história asiática como também o de maior bilheteria. Além disso, a produção marca o reencontro entre John Woo e a China, este país tão desconhecido para nós.

Red Cliff é a primeira parte da saga O Romance dos Três Reinos, livro chinês escrito no século XIV. Em duas horas e meia, ele narra um episódio marcante da Dinastia Han, quando os três feudos nos quais o território chinês estava dividido entram em conflito. A épica batalha envolvendo um milhão de soldados teve, de um lado, os míticos Sun Quan e Liu Bei. Do outro, o sanguinário exército invasor do ganancioso Cao Cao.

A gigantesca epopeia é um terreno fértil para que John Woo trabalhe personagens lendários da história de seu país. A riqueza e singularidade de cada um dos guerreiros faz com que eles pareçam saídos de um videogame, com personalidades e habilidades de luta bem características. Quando não estão em cena, entre táticas de batalha e cenas de guerra incríveis, o foco dos guerreiros torna-se a estratégia para derrotar o inimigo. Aí temos as velhas alegorias chinesas, como “a habilidade que vale na música também vale na batalha”, ou “sozinhos somos fracos mas juntos somos invencíveis”.

Red Cliff é um filme muito bacana, com uma grande história e cenas de batalha memoráveis. Como as duas partes já estão disponíveis, é legal assisti-las de uma vez só. Ainda não vi a segunda, mas pelo trailer imagino que nela estejam as melhores cenas de lutas e estratégias. Assim que assistir, confirmo por aqui.

O que é legal: Apesar de muita gente criticar, sou fã destes diretores que deixam algum tipo de marca visual que identifique seu trabalho. No caso de John Woo, as pombas estão sempre lá. Em Red Cliff não poderia ser diferente!

O que não é legal: A cena com o cavalinho Meng Meng é de matar…

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O patamar que a Pixar alcançou em matéria de roteiro é elevadíssimo, e disso não há dúvida. Wall-E é a maior representação deste cinema de animação “para adultos”. Entretanto, ainda é aceitável que qualquer criança assista – e aproveite – um filme como Wall-E. As piadas, os personagens simpáticos, a condução simples da história, tudo está lá.

Mas também é importante o que não está.

Nas animações da Pixar existe um certo limite com relação ao que será mostrado, evitando alguns temas mais fortes ou polêmicos. O que não é o caso do australiano Mary and Max, de Adam Elliot, que já havia levado um Oscar em 2004 com o curta de animação Harvie Krumpet.

Mary é uma garota de 8 anos que vive na amarelada Austrália. Confrontada por dúvidas típicas da sua idade, ela escreve uma carta para um desconhecido escolhido aleatoriamente na lista telefônica, querendo saber se em Nova York os bebês também vêm de canecos de cerveja, como na Austrália. Quem recebe esta carta é Max, um velho judeu cheio de traumas, neuroses e melancolia, sem nenhum amigo na cinzenta cidade.

Da troca de cartas entre os dois nasce uma história bonita, complexa e cheia de significados, tratando de temas como a existência de Deus, do amor e da amizade, entre tantos outros assuntos mais leves ou pesados, transitando entre conceitos como morte e solidão com a leveza dos passeios noturnos de Max no Central Park.

A escolha do formato animação para contar a história é o que causa mais estranheza no filme. Se em alguns casos ele alivia situações muito pesadas, em outros ele apenas reforça a crueldade do que está acontecendo. Afinal, se um boneco de massinha causa tanto impacto ao desistir de tudo e passar uma corda em volta do pescoço, o que pensar das pessoas que vivem isso todos os dias?

Mary and Max é uma animação séria, adulta e muito bem feita. Gostei.

O que é legal: A melancolia dos personagens (muito bem dublados por Toni Collette e Philip Seymour Hoffman) transparece em cada detalhe da animação, onde os cenários praticamente monocromáticos completam as personalidades de cada um.

O que não é legal: Apesar de ser um filme curto, com cerca de uma hora e meia, Mary and Max tem cenas que parecem se arrastar por uma eternidade.

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Semana passada assisti ao mais novo fenômeno de bilheterias do cinema nacional – Chico Xavier. Como a história do médium (e do filme) é bem conhecida e está sendo bem divulgada, vou me concentrar mesmo no filme em si. Que, já digo agora, está muito bem feito e vale a pena ser visto.

Antes de mais nada, o cinema. Há muito tempo não via uma sala assim lotada. Se lembrarmos que este ainda é um país dominado por carolas, onde espiritismo é sinônimo de bruxaria, é algo muito interessante. É claro que aí pesa a força da Globo Filmes e o merchandising em todas as novelas e programas do canal. Pesa também a figura de Chico Xavier, é evidente. E como ele é bem interpretado. Três atores vivem três momentos da vida do médium – criança, adulto e mais velho. O último deles, Nelson Xavier, parece nascido para o papel. Também gostei do restante do elenco, com algumas exceções. Sempre me causa estranheza ver o Tony Ramos fora de uma novela, mas pela condição de seu papel é tranquilo relevar esta questão.

O filme é dividido em dois momentos: um deles mostra a histórica entrevista de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo, no qual Tony Ramos é o editor. O outro consiste na reconstrução de alguns momentos da vida do personagem principal, contando sua história. Pode parecer pouco, mas esta dinâmica apresenta ao público uma narrativa não linear, um pouco diferente dos últimos grandes sucessos nacionais, como Se Eu Fosse Você, também dirigido pelo Daniel Filho.

Outra diferença que me agradou muito foi a maneira como alguns momentos-chave foram conduzidos. Com muita honestidade, a direção não apelou para soluções fajutas, nem tentou comandar as emoções do espectador com truques baratos e trilhas cativantes.

Resumindo: o Daniel Filho cresceu. Tenho certeza que o público que está lotando as salas de cinema também.

O que é legal: Os créditos após o filme, com cenas reais da entrevista no programa Pinga-Fogo, que parecem colocar um selo de verdade em tudo o que acabamos de asistir. Muito bom.

O que não é legal: A presença de atores globais. Por mais que se esforcem e façam um bom trabalho, sua imagem está tão ligada a novelas e afins que fica quase impossível separar a pessoa do personagem.

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Finalmente assisti a Apenas o Fim, ganhador de vários prêmios nacionais no ano passado e elogiadíssimo pela crítica. Parte destes elogios vem da própria situação em que foi produzido, como um conto de fadas do cinema brasileiro – o filme de estreia do diretor Matheus Souza, estudante de Cinema na PUC-RJ, custou apenas oito mil reais e alcançou um sucesso inesperado. Imagino que outro motivo que levou Apenas o Fim a ter uma resposta tão positiva do público foi o turbilhão de referências à cultura pop. Toda uma geração irá se identificar, hora ou outra, com os personagens do filme e suas citações, que vão de Cavaleiros do Zodíaco a Playstation 3. Mesmo com todos estes trunfos na manga, Apenas o Fim não me agradou. Deixem-me explicar o motivo.

Quando algum diretor ou roteirista como o Tarantino, por exemplo, inclui uma teoria sobre Like a Virgin ou o Superman em seus filmes, ele o faz dentro de uma trama que é muito maior do que o diálogo em si. Há uma história ali que, por si só, já nos mostra quais são os gostos do diretor e nos identifica com suas citações. Exemplo: se você gosta de Bruce Lee, vai ter uma identificação imediata com o Tarantino assim que bater os olhos no uniforme que a Uma Thurman usa em Kill Bill. E por aí vai. Quando a cultura pop vem em forma de diálogo, então, é apenas uma referência a mais dentro de uma história repleta delas. E isso não acontece em Apenas o Fim.

O que vemos no filme carioca são quase duas horas de conversa entre um rapaz e sua namorada. Dali a uma hora ela irá viajar e sumir do mapa, e propõe que, antes do término, eles passem esta hora ou conversando, ou fazendo sexo. Ele prefere conversar, o que abre o caminho para um longo diálogo, que não permeia a história porque é a própria história. O que, para mim, tornou-se um pouco chato e cansativo a partir de determinado momento.

Tudo isso é para dizer que, apesar de não ter achado o filme tudo o que foi dito sobre ele, ainda considero louvável que, antes de mais nada, alguém consiga fazer um filme redondinho, com bons diálogos e boas interpretações, com menos que dez mil reais. Mas que, a meu ver, serviria mais para o teatro do que para uma tela de cinema.

O que é legal: A escolha dos atores não poderia ser mais feliz. Gregório Duvivier, como o rapaz, parece inspirado nos personagens de Woody Allen. Literalmente, ele carrega o filme nas costas. Érika Mader também vai muito bem como a namorada. De início, pode ser que sua atuação pareça um pouco exagerada, mas conforme a conhecemos fica claro que a personagem é assim mesmo, um pouco pedante e aérea. Gostei muito dos dois.

O que não é legal: Entendo que o final alternativo, depois dos créditos, possa ser uma surpresa bacana ou ter algum significado maior. Mesmo assim, não veria o menor problema com o final normal. A não ser pela escolha de Los Hermanos como trilha, que além de achar que não criou um ambiente legal, ainda deixou todo o trabalho com cara de estudante (sim, eu acho que Los Hermanos é uma banda símbolo de estudantes universitários, e sempre vou achar).

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“Já vi isso em algum lugar”. Esta foi a primeira impressão que tive quando acabei de assistir a esta produção francesa de horror, de 2007. Uma família de doentes que comem carne humana, moram no meio do nada e possuem um açougueiro brutamontes para fazer o trabalho sujo… Lembra alguma coisa? Se você pensou em O Massacre da Serra Elétrica, acertou. Frontière(s) é tão parecido com o clássico de 1974 que mereceria o título de remake oficial, ao invés da versão bem fraquinha feita em 2003. Mas todas estas coincidências o desqualificam como filme? De jeito nenhum. Frontière(s), como a maioria dos filmes de horror europeus, é brutal. Se o roteiro não é sua grande estrela, o mesmo não pode ser dito do nível de gore envolvido, suficiente para lhe manter tenso por um bom tempo. É um chute no estômago!

O que os franceses fazem muito bem é colocar mulheres nestes papéis agonizantes. A garota começa o filme bonitinha e arrumada, e termina lavada em sangue, com o cabelo cortado e um monte de marcas e inchaços no rosto. Parece outra pessoa. Em Frontière(s) este papel cabe a Yasmine. Durante um período de protestos na França, ela, o namorado, o irmão e um amigo fazem um roubo. A ideia é fugir para a Holanda, mas para isso eles precisarão encontrar-se em algum lugar. A parada escolhida é uma pousada de beira de estrada. É neste local que o grupo irá encontrar uma família desajustada, comandada por um velho nazista refugiado, e terá que lutar pela própria vida.

Tenso, brutal e violento. Para quem gosta de terror, um bom filme.

O que é legal: Como um roteiro bem simples, a graça de Frontière(s) está na realização. Prepare-se para um festival de desmembramentos, tripas, sangue jorrando e violência gráfica de alto nível, além da tensão que toma conta a partir da metade do filme e dura até o segundo final.

O que não é legal: Quando é que este povo vai entender que pessoas inteligentes também entram em roubadas? Frontière(s) peca pelo mesmo erro que tantos filmes por aí: coloca os personagens em uma situação desmiolada, onde não pegam as armas que estão por perto, não fogem quando têm a oportunidade ou não aproveitam as poucas chances que possuem de sobreviver.

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