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Archive for outubro \29\-03:00 2009

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Eu ando meio brabo com essa recente onda de vampiros. Não só por eles serem dândis, maquiados e recém-saídos daquelas últimas páginas da VIP. Mas, principalmente, por fazerem tanto sucesso depois de tão pouco trabalho.

Há quanto tempo não existia um filme de vampiro? Enquanto isso, os outros monstros estavam dando duro, suando, ralando a peita. Quebrando pedra em mina! Todo ano sai pelo menos um filme de zombies mundo afora. Os desmortos tomando tiro na cara, machadada, pegando fogo… E mesmo assim sem alcançar o sucesso que os vampiros conseguiram com a criançada.

Pois bem. Neste ano, nos confins gelados da Noruega, o diretor Tommy Wirkola teve a maravilhosa ideia de reparar esta injustiça e fazer um filme com os fedegosos. Só por termos zumbis se arrastando na neve já valeria a pena. Mas isso não bastou para nossos amigos da terra do bacalhau. Então eles adicionaram um pequeno detalhe aos monstros: os zumbis são nazistas, de uniformes e suástica no braço! E estão loucos para devorar um bando de estudantes refugiados em uma cabana deserta no meio do nada. Vamos à lista de patetas: dois casais frágeis, um herói solitário esperando a namorada que foi esquiar, um alívio cômico que só fala besteira, uma gostosa solteira e gostosa (gostosa) e, claro, um gordo. Esse aí é fã de filmes, e usa uma camiseta do Fome Animal. Pelo menos isso.

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Então o gordo tem a triste, porém urgente, vontade de usar a casinha. Sem metáforas: cagar. O que ele não sabe é que a trabalheira de sair no meio da neve e ainda colocar a bunda pra fora seria recompensada por um ato fruto do bizarro. A gostosa surge do nada no banheiro e assedia o gordinho! Trepa no colo dele enquanto o cara tá limpando a bunda! É a deixa para os dois confirmarem o clichê dos filmes de terror: quem transa morre. Não dá outra: os zumbis atacam a gostosa (o gordo foi pra dentro do chalé), e então começam a barbarizar com os jovens.

Ao contrário da maioria dos filmes, onde os personagens fogem inultilmente, em Dead Snow a turma vai pra porrada! E olha que ninguém economiza na hora de sair no braço com os nazis-mortos-vivos. É aí que entra em cena um aparato completo de armamentos, que vai de facas e foices a um trenó equipado com uma metralhadora. Só dá cérebro, instestino e cabeça para tudo quanto é lado. Um show de desmembramentos.

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Dead Snow é diversão garantida. Sem pretensão nenhuma, o único objetivo aqui é fazer um filme de zumbis bacana e engraçado. E não é que os putos da Noruega conseguiram?

O que é legal: Ao contrário daquela bobajada da Órfã, aqui o diretor usa os cllichês quase como uma homenagem. É tudo assumido mesmo, tem cabana na floresta e celular que acaba a bateria, e os personagens até comentam sobre isso. Funciona que é uma beleza.

O que não é legal: Tem horas em que o clichê passa dos limites. Algumas cenas de ação com esportes, como o herói-exterminador dando saltos olímpicos com um trenó nos morrinhos de neve, podiam fácil ficar fora do filme. Junto com suas trilhas sonoras radicais. Nessas horas até dei razão para o Coronel Herzog e sua turma zombie-ariana atacarem essa gurizada mimada.

Os caras levaram a sério demais a questão dos clichês. Até Karmina Burana tem no trailer! Épico.

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Orçamento de sete mil dólares. Física. Química. Matemática. Uma caixa de papelão. Viagem no tempo!

Digamos que é impossível entender esse filme. Mesmo assim, como na maioria de filmes de viagem no tempo, o mais legal é ficar tentando saber o que aconteceu. Quem é quem? Quantas duplicatas existem de cada um? O que aconteceu antes?

É mais ou menos isso que acontece em Primer.

Quatro amigos, que trabalham em grandes corporações, usam seu tempo livre para desenvolver novos produtos e placas-mãe em uma garagem. Em um dos experimentos, um deles acidentalmente cria uma espécie de máquina do tempo. Tirando os outros dois da jogada e contando apenas com o mais próximo, eles resolvem construir uma máquina grande o suficiente para transferir uma pessoa. Aí começa a cagada.

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É claro que no início tudo é legal. Eles passam o dia vendo que ações vão ter alta na bolsa, voltam no tempo e compram tudo. Massa. O problema é quando eles começam a ter aventuras mais ousadas, e brincar com os paradoxos que há muito tempo o Dr. Emmet já tinha avisado que não eram seguros.

Então milhões de eventos tomam parte, e torna-se praticamente impossível entender quem é quem, quem está no presente, o que é passado, quantos existem de cada um deles por aí. Eles criam duplos, que criam duplos, que criam duplos, e precisam matar os duplos, e os duplos dos duplos, e surgem paradoxos de todos os lados… Resumindo: vira uma zona de gente em tudo quanto é dimensão temporal! É claro que isso não acaba bem.

Muito bom, inteligente e criativo. Dá pano pra manga, pra ficar pensando no filme bastante tempo depois que ele acabou.

Feito em 2004 por Shane Carruth. Recomendadíssimo.

O que é legal: Ao contrário de algumas ficções científicas por aí, Primer parece bastante real. Talvez a linguagem técnica colabore para dar esse sentido de realidade, e o baixo orçamento também. Tudo parece possível e, principalmente, complicado. Filme para ver e rever.

O que não é legal: Faz você se sentir burro.

Também pode ser considerado um dos trailers menos esclarecedores de todos os tempos:

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Perfeito para a meninada que se liga em um terrorzinho light, de ver agarradinho enquanto come pipoca, envia um trilhão de SMS e toma um copão de Guaraná. Ou seja: filminho mequetrefe de Tela Quente!

Eu não aguento mais este tipo de filme de “terror”, cheio de fórmulas prontas e baratas. É um festival de susto com barulho alto, viradas de roteiro improváveis e atitudes bizarras. Tem horas em que fica simplesmente impossível acreditar que alguns personagens possam ser tão burros!

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Em Orphan, um casal decide adotar uma criança para compensar a morte prematura de seu bebê. Eles vão a um orfanato e encontram Esther, uma menina espertinha e bem articulada. A afinidade é imediata e ela vai para a casa deles, onde vivem também outros dois filhos do casal. Aos poucos, a menina começa a demonstrar atitudes estranhas, rebeldes e, acima de tudo, malignas. Todos os personagens tapados insistem em não ver o que está bem à sua frente, enquanto a mãe é a única que percebe algo de errado com a garota. Então começa um monte de coisas que você já conhece, com câmeras que já viu e explicações conhecidas para atos estapafúrdios de todos os envolvidos.

Orphan

Do diretor Jaume Collet-Serra, diretamente para a enorme galeria de filmecos lançados em 2009.

O que é legal: A atuação de Isabelle Fuhrman no papel de Esther é sensacional. A excelente garota, que soube fazer a santinha e a diabólica como ninguém, é uma das poucas coisas que se salva por aqui.

O que não é legal: Tanta coisa… Mas os personagens estúpidos conseguem ser piores que qualquer outra coisa.

Fiquem com o trailer desta pequena obra-prima da porcaria:

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Vou ser bem sincero: este filme não é lá grandes coisas. A maioria das interpretações é ruim, apesar do elenco estrelado, e alguns momentos salvam a história. Mas… A ideia de roteiro e a maneira como somos levados até ela é tão interessante que vale a pena falar um pouco sobre The Boys From Brazil.

Liebermann é um velho judeu conhecido como “O Caçador de Nazistas”. Sua caça não é armada e sanguinária, e sim baseada em documentos e investigações que possam levar os cães do Holocausto para detrás das grades. Através de ligações telefônicas e correspondências de um jovem judeu, Liebermann toma conhecimento de uma conspiração diabólica orquestrada no Paraguai por Josef Mengele, médico dos campos de concentração.

Há 14 anos, o sádico cientista produziu 94 bebês, clones de Hitler, e espalhou as crianças pelo mundo. As famílias foram cuidadosamente escolhidas para reproduzir as condições onde o líder do III Reich foi criado. Para o sinistro plano ser completo, então, é necessário que os pais destas crianças morram aos 65 anos, como aconteceu com o pai de Hitler. E isto envolve assassinar 94 homens em um período de dois anos e meio.

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É um ponto de partida bem interessante, se pensarmos que em 1978 o assunto clonagem não era algo tão comum. Além disso, na época ainda existia o medo de um IV Reich, uma certa paranoia, que o diretor Franklin Schaffner soube captar bem. Entretanto, no geral, nada disso salva o filme.

Vale pela curiosidade e por algumas cenas boas.

O que é legal: Josef Mengele é o melhor personagem do filme, interpretado por Gregory Peck. É bacana ver o clássico herói americano no papel de um doutor nazista fanático. É dele a melhor fala da história. Liebermann o encontra na casa de uma das vítimas, segurando uma arma, e pergunta a Mengele se ele o matou. A resposta é “Não, ele está na cozinha preparando alguns coquetéis para a gente”. Gênio.

O que não é legal: O final moralista, típico, como aquelas lições que sempre vinham no final de cada episódio do He-Man.

O trailer é bom:

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O western é o maior exemplo de injustiça e preconceito da história dos filmes. Tem muita gente que nunca assistiu a um faroeste, e nem irá fazê-lo, simplesmente porque não é atraente. É caricato! Muito disso é culpa destes nomes em português, tipo “filme de bang bang” ou “mocinho e bandido”. O do bem no cavalo branco, contra o vilão no cavalo preto. Sem falar no clichê de índios caóticos ou a terrível ideia de colocar o herói tocando violão no meio do filme.

Foi arrebentando tudo isso que, em 1964, Sergio Leone lançou um dos filmes que eu mais gosto. Em A Fistful of Dollars, a plateia é apresentada pela primeira vez ao delinquente cowboy sem nome interpretado por Clint Eastwood. Após os créditos iniciais, uma matança em vermelho e preto levada pela trilha espetacular de Ennio Morricone e barulhos de tiro, o Clintão já mostra que este não é um filme limpinho, e ele não é o mocinho ao qual todos estavam acostumados. Ele é sujo, e só não dá para dizer que é mau porque os outros são ainda piores. Um forasteiro misterioso e de poucas palavras, que chega a um vilarejo fantasma onde as pessoas vivem amedrontadas, dentro de suas casas, e o único sinal de vida nas ruas vem do sino que toca a cada vez que alguém morre. E ele toca muito! Esta pequena cidade é dominada pelo medo, a corrupção e a ganância, promovidas por duas gangues: os Baxters e os Rojos. Como eles vivem em guerra, o pistoleiro gringo vê que pode usar sua sagacidade e a velocidade no gatilho para enriquecer, oferecendo seus serviços às duas famílias.

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Com esta história simples, porém cheia de matança violenta e brutal para a época, Sergio Leone mostra a força do seu estilo. É um festival de direção, com câmeras bem abertas, closes nos olhos semicerrados, velocidade na edição e trilha sonora falando no lugar dos personagens. A apresentação e entrada em cena de Ramón, o líder dos Rojos, é uma aula de construção de personagem. Fora tudo isso, os diálogos tem um certo nível de humor, que não consegue nunca ser completo. A atmosfera seca e crua criada é tão legal que, na hora da piada, a gente fica até em dúvida se aquilo realmente deveria ser engraçado.

Emocionante.

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O que é legal: Um filme italiano que mudou o modo como os americanos faziam seu gênero mais clássico e genuíno, e ainda por cima lançou uma das maiores estrelas de Hollywood. No mínimo provocativo.

O que não é legal: O roteiro foi praticamente copiado de Yojimbo, um filme de Akira Kurosawa. Isso acaba diminuindo um pouco o valor criativo da história. O engraçado é que, segundo o próprio Kurosawa, ele faturou mais processando o Sergio Leone do que com o seu próprio filme.

Taí o trailer, com o Clint matando uma pá de gente:

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Assim como 60 Segundos ou a franquia Velozes e Furiosos, existe toda uma categoria de “filmes de carros”. Olhando rapidamente, poderíamos dizer que Vanishing Point se encaixa bem neste estilo de história. Porém, um pouquinho de atenção mostra que ele é muito mais que isso. É o retrato de uma geração.

Se nos transportarmos para 1971, quando o filme foi lançado, talvez possamos entender melhor o que se passava pela cabeça do diretor Richard Sarafian. O Woodstock havia acabado de acontecer, e o sentimento geral de milhões de jovens era o de não possuir rumo. Sim, os ripongas estavam perdidos! Sem muitos sonhos ou convicções, flutuando como fantasmas, eles apenas seguiam em frente.

É esta a geração que Kowalski, o personagem principal de Vanishing Point, representa.

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Ex-policial, ex-piloto, ex-soldado de guerra. Em nada ele se realizou, não sobrando muitas alternativas. Então o que ele faz é transportar carros de uma cidade a outra, trabalhando para uma pequena oficina. Sua história e o perfil de sua personalidade não ficam claros em momento algum. A única coisa certa é que Kowalski dirige rápido pra cacete. Tão rápido que entra em uma aposta impossível de cumprir: levar um Dodge Challenger ´70 de Denver para São Francisco em 15 horas.

Kowalski não é um criminoso, muito menos um mau-elemento. Entretanto, por acelerar alucinadamente e não parar quando os policiais ordenam, torna-se perseguido em três Estados. É aí que o filme encontra sua verdadeira vocação, muito além de qualquer significado: cenas de perseguição em alta velocidade! Motos, viaturas, helicópteros, escavadeiras… Os tiras usam todas as armas disponíveis para dar um fim ao “joyriding” Kowalski. Então temos mais de uma hora de ultrapassagens perigosas, rachas, capotagens, explosões! E nesta jornada solitária, sem motivo aparente ou muitas explicações, o ex-piloto torna-se uma espécie de herói.

No final, surpreendente, Vanishing Point acaba sendo muito mais que um filme sobre carros ou perseguições, para se tornar um tipo de último suspiro da contracultura. Um filme sobre liberdade.

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O que é legal: As referências a Vanishing Point estão em tudo quanto é lado. Fora o óbvio Death Proof, do Tarantella, ainda tem um clipe do Audioslave usando um monte de cenas do filme. E a principal música da trilha é a mesma da abertura do Globo Repórter! Essa foi demais!

O que não é legal: Eu sei que alguns personagens são importantíssimos dentro dessa trama meio hippie, mas eu realmente não consigo aturar esse povo de chinelinhos de couro e colete sem camisa, cantando músicas de paz e amor no meio do deserto.

O clipe do Audioslave é quase igual ao trailer abaixo. Não vai confundir um com o outro:

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Vamos lá: Whatever Works não é o melhor filme do Woody Allen. Aliás, não chega nem perto de outras coisas que ele fez, como o último Vicky Cristina Barcelona ou o sempre excelente Manhattan. Mesmo assim, continua valendo o ditado: Woody Allen é bom até quando é ruim.

Neste caso, é exagero dizer que o filme é ruim. Ele só não é o que esse velho judeu pode fazer de melhor. Mesmo assim, é excelente.

O personagem de Larry David é cativante. Ranzinza, mal-humorado, arrogante, hipocondríaco e com complexo de gênio. O que era para ser odiável torna-se, de alguma forma, simpático. E fica quase impossível não gostar de Boris, este velho manco e meio maluco que vive em Chinatown.

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As coisas tornam-se melhores ainda quando Melody, uma ninfa de 21 anos fugindo da vida caipira-religiosa do sul, pede para passar uma noite em sua casa. A noite vira uma semana, um mês, e o inevitável acontece. Então temos esta relação esquisita entre um tiozinho de shorts e roupão, pessimista ao extremo, indicado a um prêmio Nobel, e essa garota nova e cheia de energia, meio burrinha, ingênua e otimista com relação a tudo.

O resultado disto tudo são as marcas clássicas de Woody Allen, como os diálogos extremamente bem construídos sobre filosofias que ele insiste em proclamar há mais de 40 anos e piadas inteligentíssimas.

Como eu disse, não é o melhor filme dele. Mas não é que funciona?

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O que é legal: As conversas de Boris com a câmera não são forçadas. Muito pelo contrário, funcionam muito bem para construir esse personagem que, como ele mesmo diz, é o único que consegue ver “the big picture”.

O que não é legal: Após malhar os clichês durante o filme todo, temos um final feliz, em pleno Ano Novo, com os casais reunidos e tudo dando certo. Mais clichê que isso, nem final de novela da Globo.

Mesmo fora de contexto, algumas das melhores piadas do filme tão no trailer. Saca só:

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Baita documentário sobre o maior estúdio de animação da nossa geração.

Boa parte início do filme é dedicada a John Lasseter, um animador que trabalhava na Disney e queria, de alguma forma, usar o 3D em suas criações. Só que isso era caro, e a Disney não via motivo para investir nesta tecnologia. Resultado? Botaram o cara na rua. E olha que o Lasseter não era um animador qualquer. Era um cara que vinha da melhor escola de animação dos EUA, onde também estudaram Tim Burton e Brad Bird. Na rua e desiludido, John Lasseter acabou conhecendo Ed Catmull, e os dois deram início a uma pequena revolução. Bancados por Steve Jobs, esta revolução se tornou o sonho de fazer o primeiro longa em 3D da história do cinema. Assim nasceu Toy Story, e a partir daí a Pixar produziu um sucesso de bilheteria após o outro.

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O mais legal do The Pixar Story é mostrar a forma como tudo isso aconteceu. Os sacrifícios que foram feitos, a obsessão com a qualidade, a confiança em uma equipe e a abertura a críticas. Em determinado momento, alguém pergunta ao John Lasseter por que o carro dele está sempre na melhor vaga do estacionamento. A resposta: “Porque há três dias eu não saio daqui”. O cara dormia debaixo da mesa do computador! É uma história de trabalho pra caralho e muita dedicação. E também de confiança. Foi assim que Pete Docter, um dos animadores, que nunca havia dirigido nenhum filme nem sido assistente, lançou Monstros S.A. E Andrew Stanton, sob pressão, fez na sequência Procurando Nemo. E Brad Bird e sua equipe, que nunca haviam visto um computador e não tinham a menor noção de 3D, conseguiram entregar Os Incríveis.

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São estes exemplos inspiradores que fazem do The Pixar Story, dirigido por Leslie Iwerk, um documentário imperdível pra qualquer um que trabalhe com criatividade. Além de, claro, ser uma grande história para quem gosta de filmes e viu tudo isto acontecer.

O que é legal: Saber como surgiu e funciona o dia a dia em um dos maiores estúdios de cinema da atualidade. Ver a maneira como os caras trabalham, e a filosofia de nunca ficar na zona de conforto. Neste filme fica claro que o sucesso não vem da sorte, mas do trabalho constante e dedicado.

O que não é legal: Porra, é a Pixar. Tá, talvez Carros não seja tão legal, mas tem um monte de gente que gosta.

Infelizmente, sem condições de colocar o trailer aqui. Em todo caso, ele tá disponível nesse endereço.

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Você senta na poltrona O13 do cinema (a melhor). Desliga seu celular, localiza as saídas de emergência e assiste aos trailers. Então tudo fica escuro. Ao contrário do que acontece na maioria das vezes, o que vem a seguir não é uma música estourando, com uma tomada aérea de NY que clareia a sala toda. Nada disso. Surge apenas uma tela toda preta, e os créditos em branco, um após o outro. A cada troca, fica tudo escuro de volta. E assim, desde o primeiro segundo de filme, você lembra de como ir ao cinema é uma experiência bacana.

É esse tipo de coisa que faz do Tarantino um diretor sensacional. Ele não conta histórias, ele faz filmes! No sentido mais puro da palavra, ele ama tudo isso. Somente um diretor com essa visão de filme pelo filme poderia fazer o que ele faz em Inglourious Basterds: subverter a História sem parecer ridículo ou apelativo. Pelo contrário, sendo genial.

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Não quero dar spoilers, então vamos ao que pode ser contado. Em plena Segunda Guerra, a França está ocupada pelos nazistas. Entre eles está Hans Landa, um coronel da SS conhecido como “O Caçador de Judeus”. Fazendo jus a seu apelido, ele persegue cada um deles com um empenho inacreditável. Mesmo assim, uma garota judia consegue escapar de suas garras malignas e, anos mais tarde, se estabelece em Paris como dona de um cinema. Paralelamente, um grupo de justiceiros conhecido como Bastardos Inglórios, capitaneado por Aldo Raine, busca a qualquer custo uma oportunidade de matar Hitler e o alto escalão do III Reich. Enquanto não chegam lá, eles têm um único objetivo: causar o maior tormento que puderem aos nazis. Serem cruéis. Arrancarem os escalpos dos alemães! Tudo isso converge para um ponto comum e, em determinado momento, as histórias da garota e dos Bastardos se cruzam. Então temos mais um filme belíssimo do nosso sempre vingativo e ensandecido Quentin Tarantino.

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Inglourious Basterds tem tanta coisa legal para ser dita que fica difícil falar dele. Cada câmera é pensada, trabalhada. A entrada do personagem do Eli Roth (diretor do Albergue!) em cena é antológica. O final é apoteótico. Alguns momentos são o fino do humor inglês, com piadas sutis espetaculares. Outros exploram o humor escrachado, coisa que o Brad Pitt sabe fazer muito bem quando interpreta esses tipos caricatos. E as piadas são boas mesmo! Falando em interpretação, o tal do Cristoph Waltz faz miséria na tela. O coronel Hans Landa é um vilão de verdade, daqueles que você chega até a gostar. Mas, quando a plateia está quase admitindo isso, ele mostra que é ruim pra caralho. É mau e desgraçado. É o típico nazista que adoramos odiar. Por mim, o boneco de ouro do próximo Oscar já pode ir pras mãos dele.

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Quando li as primeiras críticas sobre Inglourious Basterds, na estreia do Festival de Cannes, por um momento achei que o Tarantino iria decepcionar. Que besteira pensar isso. Ainda tá pra nascer um filho da puta que saiba fazer filmes como ele.

Não deixe de ver esse filme. E, importante: se puder veja no cinema. Nesse caso, a experiência vale o ingresso.

O que é legal: As cenas de ação são tão furiosas e violentas que fica impossível não abrir um sorriso sádico em cada uma delas. Os tiros são secos, detalhados. Tem muito do Thriller aí. Aliás, outro filme que comentei aqui no Cagando Regra está representado lá. Ao contrário dos outros filmes do Tarantino, onde a trilha sonora é uma coleção de músicas pop, aqui ele usa muito menos este recurso, preferindo trilhas instrumentais. Em duas ou três partes toca um dos temas de Dark of the Sun, que tem a atriz Yvette Mimieux no elenco. Guarde esse nome para lembrar da referência quando assistir ao Inglourious Basterds. Esse tipo de coisa é um dos maiores baratos dos filmes do Tarantas.

O que não é legal: Desta vez o Tarantino pesou a mão com força em duas coisas nas quais ele é mestre: diálogos e referências ao próprio cinema. Muitas vezes a ação é deixada de lado, e longas conversas carregam o filme. Na maioria das vezes elas são sobre cinema ou diretores alemães. Eu gosto muito quando ele faz isso (como na primeira cena, que já nasce clássica). Entretanto, pode não agradar todo mundo.

Vai vendo o trailer, é eletrizante:

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Antes de qualquer coisa: que título bosta em português!

Com esse nome, a capa do DVD é perfeita para qualquer família que entre na locadora com os filhos, bem intencionada, procurando apenas entretenimento sadio e boas gargalhadas.

O problema é que, ao chegar em casa, essa família vai dar de cara com um filme delinquente! Observe and Report é preconceituoso, vil, deprimente, machista, tem palavrões, drogas e violência. É um red band maloqueiro, torto, do avesso.

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A história gira em torno de Ronnie, o chefe de segurança de um shopping. Megalomaníaco e apaixonado pela loirinha fútil da loja de cosméticos, ele vê em um gordinho que comete atentado ao pudor no estacionamento sua grande chance de virar um herói de verdade, conquistando respeito e, principalmente, a loirinha fútil da loja de cosméticos.

É nesse ponto que um filme que tinha tudo para ser uma porcaria paspalhona torna-se uma espécie de Taxi Driver do diretor Jody Hill. Em cada cena, tudo que se espera de light, vindo de um ator como o Martin Lawrence, por exemplo, é feito ao contrário. Onde deveria haver pena, há porrada. Onde deveria haver uma piadinha, heroína. Onde era pra ter um beijo, tem gorfo.

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Há muito tempo eu venho falando que o Seth Rogen e sua turma andam apavorando o jeito de fazer comédia em Hollywood. Mesmo não sendo propriamente uma comédia, mais uma vez ele não me decepcionou, e com certeza vai ganhar muita gente nessa.

Aliás, muita gente é modo de dizer. É pouca gente mesmo. É só dar uma busca nas críticas do IMDB para entender. O público fã de American Pie não tolerou o humor-negro no volume máximo de Observe and Report. Talvez eles quisessem a pena, a piadinha, o beijo no final.

Não importa o que digam. Nesta época chata e puritana, em que até fumar dentro do bar é motivo para multa, dá muito gosto ver gente anarquizando desse jeito.

O que é legal: Para completar tudo isso, o filme é levado com frases de efeito no melhor estilo Dirty Harry e uma trilha sonora espetacular. Destaque para a versão de Where Is My Mind, feita pela banda City Wolf.

O que não é legal: Além da cena inicial desnecessariamente longa, o filme demora um pouquinho para engrenar. Mas, quando vai, é um pega pra capar daqueles!

Segue o trailer legendado. E, mais uma vez… Que título bosta em português!

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