Eu ando meio brabo com essa recente onda de vampiros. Não só por eles serem dândis, maquiados e recém-saídos daquelas últimas páginas da VIP. Mas, principalmente, por fazerem tanto sucesso depois de tão pouco trabalho.
Há quanto tempo não existia um filme de vampiro? Enquanto isso, os outros monstros estavam dando duro, suando, ralando a peita. Quebrando pedra em mina! Todo ano sai pelo menos um filme de zombies mundo afora. Os desmortos tomando tiro na cara, machadada, pegando fogo… E mesmo assim sem alcançar o sucesso que os vampiros conseguiram com a criançada.
Pois bem. Neste ano, nos confins gelados da Noruega, o diretor Tommy Wirkola teve a maravilhosa ideia de reparar esta injustiça e fazer um filme com os fedegosos. Só por termos zumbis se arrastando na neve já valeria a pena. Mas isso não bastou para nossos amigos da terra do bacalhau. Então eles adicionaram um pequeno detalhe aos monstros: os zumbis são nazistas, de uniformes e suástica no braço! E estão loucos para devorar um bando de estudantes refugiados em uma cabana deserta no meio do nada. Vamos à lista de patetas: dois casais frágeis, um herói solitário esperando a namorada que foi esquiar, um alívio cômico que só fala besteira, uma gostosa solteira e gostosa (gostosa) e, claro, um gordo. Esse aí é fã de filmes, e usa uma camiseta do Fome Animal. Pelo menos isso.
Então o gordo tem a triste, porém urgente, vontade de usar a casinha. Sem metáforas: cagar. O que ele não sabe é que a trabalheira de sair no meio da neve e ainda colocar a bunda pra fora seria recompensada por um ato fruto do bizarro. A gostosa surge do nada no banheiro e assedia o gordinho! Trepa no colo dele enquanto o cara tá limpando a bunda! É a deixa para os dois confirmarem o clichê dos filmes de terror: quem transa morre. Não dá outra: os zumbis atacam a gostosa (o gordo foi pra dentro do chalé), e então começam a barbarizar com os jovens.
Ao contrário da maioria dos filmes, onde os personagens fogem inultilmente, em Dead Snow a turma vai pra porrada! E olha que ninguém economiza na hora de sair no braço com os nazis-mortos-vivos. É aí que entra em cena um aparato completo de armamentos, que vai de facas e foices a um trenó equipado com uma metralhadora. Só dá cérebro, instestino e cabeça para tudo quanto é lado. Um show de desmembramentos.
Dead Snow é diversão garantida. Sem pretensão nenhuma, o único objetivo aqui é fazer um filme de zumbis bacana e engraçado. E não é que os putos da Noruega conseguiram?
O que é legal: Ao contrário daquela bobajada da Órfã, aqui o diretor usa os cllichês quase como uma homenagem. É tudo assumido mesmo, tem cabana na floresta e celular que acaba a bateria, e os personagens até comentam sobre isso. Funciona que é uma beleza.
O que não é legal: Tem horas em que o clichê passa dos limites. Algumas cenas de ação com esportes, como o herói-exterminador dando saltos olímpicos com um trenó nos morrinhos de neve, podiam fácil ficar fora do filme. Junto com suas trilhas sonoras radicais. Nessas horas até dei razão para o Coronel Herzog e sua turma zombie-ariana atacarem essa gurizada mimada.
Os caras levaram a sério demais a questão dos clichês. Até Karmina Burana tem no trailer! Épico.